terça-feira

Um pouco da história do "pergaminho"


Pergaminho

É o nome dado a uma pele de animal, geralmente de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, preparada para nela se escrever.Sua origem vem do processo de preparação de couros que serão usados como material de escrita que se aperfeiçoou de maneira notável em princípios do século II de nossa era, por obra de Eumenes II (197-158 da era comum), rei de Pérgamo, O seu nome deriva do nome da cidade onde se terá fabricado pela primeira vez: Pérgamo, na Grécia. Ásia Menor. Assim a arte de preparar o couro passou logo à Grécia e dali á Itália, de onde se difundiu a toda Europa, tendo os monges parte principal e ativa nessa difusão.

Foi utilizado na antiguidade ocidental, em especial na Idade Média, até à difusão da invenção chinesa do papel.

Quando a sua qualidade,eles são feitos de peles delicadas de bezerros ou cordeiros, eram chamados de velino . As peles de vaca e de veado eram as menos apreciadas para a escrita, por sua excessiva grossura Estas peles davam um material de escrita fino, macio e claro, usado para livros importantes As mais apreciadas para fins códices eram as de vitela, ovelha e cabra. A vitela era suficientemente grossa para se poder escrever nas duas faces e permitia emendas e rasuras, sem correr risco de deterioração. O mesmo não acontecia com o papiro, que, por ser muito fino e devido às desigualdades de sua superfície, permitia a escrita só de um lado.

O Papiro é uma planta aquática considerada sagrada e fartamente encontrada no delta do Nilo. Era utilizada principalmente na produção de papel no Egito antigo. O talo do papiro pode atingir até 6 metros de comprimento. A flor da planta, composta de finas hastes verdes, lembra os raios do sol e é exatamente por ter esta analogia com o sol, divindade máxima desse povo, que o papiro era considerado sagrado. O miolo do talo era transformado em papiros e a casca, bem resistente depois de seca, utilizada na confecção de cestos, camas e até barcos.

Para a conservação da literatura clássica, o pergaminho foi utilizado em Roma, para produzir obras literárias, no primeiro século de nossa era, e os gregos o haviam empregado ainda antes. A partir do século IV da era comum, as literaturas grega e latina haviam sido transferidas dos rolos de papiro, originais, para códices de pergaminho preparados em folhas de forma retangular.
Como nem todas as obras consideradas pagãs puderam ser transcritas em pergaminho, nessa época, ocorreram omissões e perdas lamentáveis, sobretudo entre as obras de autores gregos.

Os mosteiros cristãos mantinham bibliotecas de pergaminhos no período, onde monges letrados se dedicavam à cópia de manuscritos, devendo-se a essa atividade monástica a sobrevivência e divulgação dos textos clássicos da cultura grega e latina no Ocidente, principalmente à época do Império Bizantino.

sexta-feira

"Eu" Charlie Chaplin



Eu

Eu já perdoei erros imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém.
Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também fui rejeitado, fui amado e não amei.
Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, "quebrei a cara" muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos, já liguei só pra escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)!
Mas vivi! E ainda vivo! Não passo pela vida...e você também não deveria passar! Viva!!! Bom mesmo é ir a luta com determinação, abraçar a viva e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, por que o mundo pertence a quem se atreve e a vida é MUITO para ser insignificante.
Charles Chaplin

Decadência e Esplendor da Espécie

Não sei o que terá acontecido com a espécie humana.

Esta ausência de pêlos...Para os outros mamíferos a nossanudez pode parecer repugnante como,par nós,a nudez dos vermes.

E,depois,a nossa verticalidade é antinatural.Estas mãos pendendo,inúteis,são ridículas como as dos cangurus sentados.

Se fôssemos veludos e quadrúpedes,ganharíamos muito em beleza e,sem a atual tendência à adiposidade,poderíamos ser quase tão belos como cavalos.

Felizmente,inventou-se a tempo o vestuário,que,pela variedade e beleza(a par de sua utilidade em vista do fatal desabrigo em que ficamos)redime um pouco esta degenerescência.

E acontece que inventamos também o mobiliário,os utensílios:no caso vigente,esta cadeira em que escrevo sentado a esta mesa,à luz artificial desta lâmpada.

E ainda este ato de escrever,isto é,de expressar-me por meio de sinais gráficos,é mais uma prova da nossa artificialidade.

Mas quem foi que disse que eu estou amesquinhando a espécie?Quero apenas significar que,em face das suas miseráveis contigências,o homem criou,além do mundo natural,um mundo artificial,um mundo todo seu,uma segunda natureza,enfim.

O homem,esse mascarado...

Mário Quintana

quinta-feira

História do Cinema


No século XVIII, muitas pessoas experimentaram fazer aparelhos que fizessem um desenho apresentar movimento. Em 1832, Joseph Plateau, um cientista belga, criou o fenacistoscópio, primeiro aparelho a produzir a ilusão de movimento num desenho. Plateau colocou dois discos em dois diferentes eixos.
Desenhou ao longo da borda de um dos discos um objeto e no outro disco fez orifícios. Quando ambos os discos eram girados na mesma velocidade, quem olhasse, através dos orifícios, tinha a impressão de que os desenhos se moviam.

No final deste mesmo século, inventores da França, Inglaterra e Estados Unidos tentaram descobrir maneiras de fazer e projetar filmes; depois de vários fracassos, o sucesso veio para vários deles, quase ao mesmo tempo.

Em 1887, Thomas Edison começou a trabalhar em um aparelho para fazer com que as fotografias parecessem mover-se e só obteve sucesso dois anos depois, quando um norte-americano, Hannibal Goodwin, desenvolveu um filme à base de celulóide transparente que era resistente, mas flexível. Esta base podia ser coberta por uma película de produtos químicos sensíveis à luz. Podia-se tirar uma série de fotos com esse filme, que se movia rapidamente dentro da câmara. George Eastman, um pioneiro na fabricação de equipamento fotográfico, produziu o filme.

Utilizando o filme de Eastman, Edison e seu assistente William Dickson inventaram o cinetoscópio. Era uma espécie de gabinete onde 15 metros de filme rodavam em carretéis; a pessoa olhava através de um visor para o interior do gabinete e podia ver as fotos em movimento. Em 1894 o cinetoscópio era exibido em Nova York, Londres e Paris e surgiram então novos inventores que, se utilizando dos mesmos princípios daquele aparelho, desenvolveram câmaras e equipamentos de projeção mais aperfeiçoados.

Em dezembro de 1895, pela primeira vez um filme foi projetado publicamente em uma tela. Esta projeção foi realizada pelos irmãos Lumière e aconteceu num café parisiense. Foram cenas simples, entre elas a de um trem chegando a uma estação. Em poucos meses, todas as grandes cidades da Europa tinham filmes em exibição.

Todos os filmes eram feitos de um tamanho padrão, pois desta maneira um filme feito num país podia ser exibido em outro. Como o cinema era mudo, não havia problema de diferença de idiomas, era só trocar a legenda.

Em 1898, o cinema passou a contar histórias; eram pequenas cenas filmadas numa seqüência. Foi o diretor de cinema norte-americano quem primeiro fez um filme usando as técnicas cinematográficas atuais de contar uma história. Seu filme mais importante foi O Grande Roubo do Trem, em 1903, um filme de apenas 11 minutos, descrevendo um roubo de trem e a perseguição e captura dos assaltantes. Este filme foi um grande sucesso nos Estados Unidos, levando os americanos a criarem os nickelodeons: o nome vem do preço do ingresso, um níquel (nickel) de cinco centavos de um dólar, e da palavra odeon, de origem grega, que significa teatro. Os nickelodeons foram os primeiros cinemas públicos; a maioria deles eram armazéns transformados em cinemas, freqüentados em sua maioria por trabalhadores e imigrantes, que não sabiam ler ou escrever.

Nos primeiros anos da década de 1900, a maioria dos filmes americanos era feita em Nova York, mas logo viram que Los Angeles possuía clima e natureza mais favoráveis para a produção de filmes. Em 1911, foi construído o primeiro estúdio em um distrito chamado Hollywood. Outros estúdios foram aparecendo e a cidade ficou conhecida como a capital mundial do cinema.

Os primeiros atores do cinema não eram identificados pelo nome na tela; preferiam manter-se no anonimato. Ser ator de cinema era ser considerado um artista muito inferior ao do teatro. Entretanto, quando a famosa estrela teatral,
Sarah Bernhardt, apareceu em um filme, trabalhar no cinema passou a ser uma profissão respeitável. Charles Chaplin, Buster Keaton, Theda Bara e Rodolfo Valentino foram entre outros, artistas famosos do cinema mudo.
A partir de 1912, os americanos tentaram ampliar seu mercado de trabalho, atraindo a classe média para o cinema. Começaram então a filmar peças e romances mais conhecidos e contrataram grandes nomes do teatro.

Durante a 1ª Guerra Mundial, a produção européia quase parou por falta de matéria prima e de energia, mas os europeus queriam muito ver filmes, principalmente alegres, e assim os americanos aproveitaram-se da situação e entraram no mercado europeu.

Por volta de 1920, a maioria dos estúdios como a Columbia, a Metro, a Warner e a Universal já estavam instalados e a grande preocupação agora eram os grandes lucros; os chefes dos estúdios eram homens de negócio e não artistas e assim houve uma queda grande de criatividade. Por isso, a maioria das inovações ocorridas nesta década se deu na Europa. A Alemanha ficou conhecida pela brilhante utilização da técnica fotográfica: introduziu o uso do subjetivo nos filmes, possivelmente sua maior contribuição. Enquanto isso, os soviéticos tornaram-se os pioneiros em novas técnicas de montagem.

Poucos filmes usaram som antes de 1900; eles dependiam de uma ligação mecânica a um fonógrafo e era difícil sincronizar o som com a ação passada na tela. Em meados da década de 1920, foi criado um sistema que coordenava, com sucesso, o som de um disco com o projetor. Depois passou a ser usado um filme silencioso, com música e efeitos sonoros gravados em disco. Até que a Warner produziu em 1927, o filme O Cantor de Jazz com Al Jolson. Não era para ser falado, teria só efeitos sonoros e músicas. Porém, durante o processo de sonorização, Jolson pegou o microfone e disse o que costumava falar em seus shows: "Vocês ainda não ouviram nada". O incidente convenceu os diretores da Warner a substituir os quadros legendados do filme por diálogos falados. Al dublou quatro cenas e as canções. Era o fim do cinema mudo.

Nos primeiros anos, o filme sonoro constituiu um retrocesso: o cinema mudo estava no auge e com alta qualidade, enquanto os falados eram grosseiros e inseguros. Muitos astros e estrelas também tiveram problemas: suas vozes não se adaptavam ao cinema falado, ou pelo sotaque ou por serem, às vezes, muito agudas.

No início da década de 30, eram os filmes musicais, os de gangsteres e os filmes de terror que faziam um grande sucesso. Os métodos de som foram aprimorados e a partitura musical tornou-se muito importante.

Nesta mesma década, surgiram movimentos que tinham como objetivo lutar contra a dominação do cinema americano: foi a época do surrealismo cinematográfico, representado por Luís Buñel, nos filmes Cão Andaluz (1938) e A Idade do Ouro (1930).

Ainda em 1939, Orson Wells, o menino prodígio do rádio e do teatro, foi chamado para ir a Hollywood. Ele dirigiu filmes que marcaram a história do cinema e mostraram o caminho certo para os filmes sonoros, Cidadão Kane e Soberba. Neles foram usadas novas técnicas fotográficas, uma nova iluminação com sombras e a câmara acentuava o personagem e seus gestos. Wells também revolucionou o uso da trilha sonora: anteriormente, as partituras serviam apenas como acompanhamento do filme, passaram então a ser feitas para os filmes, refletindo mudanças no clima da história e para unir as cenas.

Grandes astros e estrelas surgiram nesta época e esta década terminou triunfalmente com o filme E o Vento Levou, dirigido por Victor Fleming, com Clark Gable e Vivien Leigh, nos papéis principais. Foi o mais longo feito até aquela época.

Na década de 40, a 2ª Guerra Mundial contribuiu com o surgimento na Itália de um estilo conhecido como neo-realismo, onde usavam cenários naturais e atores não profissionais. Eram filmes realistas, que mostravam as misérias das guerra e o problema da volta à paz. Surgiu então Roberto Rossellini, com Roma- a Cidade Aberta (1945) e Vitorio de Sica, com Ladrão de Bicicletas, seguidos por Antonioni e Fellini.

Na França, o acontecimento mais importante do pós-guerra foi o aparecimento de um grupo de jovens e talentosos diretores que iniciaram a "nouvelle vague". Tratavam da vida moderna francesa e colocavam os jovens como ponto central dos filmes; estes tinham um custo baixo e o estilo individual de seu diretor. Era um cinema de qualidade, comercial e de conteúdo existencialista. Seus representantes mais famosos foram: Jean Luc Goddard e François Truffant.

Esta quantidade variada de estilos espalhou-se pelo mundo chegando também à Europa Socialista, que apresentou uma grande renovação cinematográfica , em 1960. O Cinema Novo de Glauber Rocha, no Brasil, mostrou sua força cultural representando as inquietações políticas.

O cinema nas décadas seguintes fica um pouco parado; a televisão tinha tirado grande parte de seu público. Mas no fim da década de 80, o cinema americano ressurge com o filme de Steven Spielberg, ET. O filme arrecada milhões, o cinema ganha características mais populares e os produtores que tinham trocado o cinema pela televisão retornam sua produção, com o auxílio da propaganda e das novas tecnologias.